INTRODUÇÃO
Deméter, a deusa da agricultura, está muito próxima do trono do Olimpo. Ela é irmã de Zeus, mãe de Persefone e sua aliada de primeira hora, nas lutas contra os titãs, que ao serem derrotados abrem caminho para a ascensão da terceira geração dos deuses, e contra os gigantes, que fracassaram ao tentar reestabelecer a antiga ordem no cosmos. Essa proximidade se reproduz entre Júpiter e Ceres, os equivalentes romanos de Zeus e Deméter.
A principal colaboradora da coleção Deuses da Mitologia, a professora de arqueologia da USP Marlene Suano, mais uma vez nos dá uma “radiografia” completa dessa interessantíssima divindade. Temos aqui todos os atributos e epítetos da deusa, análises de seus principais festivais, de sua origens, amores e ódios.
Ser a deusa da agricultura, para os povos da Antigüidade, era lidar com a sobrevivência imediata de todos. O pão, alimento básico, era chamado de “o presente de Deméter” por ninguém menos que Homero. E graças aos cereais que ela fazia crescer inventou-se também a cerveja. E esses são apenas dois exemplos para se avaliar a importância de Deméter-Ceres.
Neste número temos dois dossiês com imagens clássicas desses mitos na história da arte. O primeiro diz respeito justamente à intensa relação entre Deméter e Perséfone. O outro, a um segundo mito que envolve a descida de alguém ao Hades, no caso, Orfeu, que desce em busca de sua amada Eurídice. Esses dois mitos, e também os referentes a Dioniso e Asclépio, outros deuses que também morreram para renascer, são abordados numa brilhante caracterização dos cultos órficos, uma espécie de religião não-oficial na Antigüidade, mas na qual Deméter também desempenhava um importante papel.
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